domingo, 29 de junho de 2014

Blablablá

       Costumo fazer caretas em frente ao espelho ou para a câmera frontal do celular e discuto mentalmente com muita gente por coisas que nem chegaram a acontecer; Gosto de me ver no meu pior e não me assusto mais com ele.
Sei há anos que não sou uma das pessoas mais fáceis de lidar, afinal, sou sistemática e arrumo os enfeites do quarto do mesmo jeito todos os dias, não gosto de conhecer gente nova porque fico entediada procurando assuntos e não é toda festa que me agrada. Tem dias que não quero socializar, pôr maquiagem, roupa bonita e papo pra dar e vender. Tem dias que ficar em casa é a mesma coisa de me pôr na guilhotina.  
Sou muito de “veneta” como diz minha mãe, hoje não, amanhã sim e depois “ai meu Deus, porque você tá me dando isso?”. Encho o saco fácil, minha paciência é privilégio para poucos e apesar de frequentar um curso que prega a igualdade, direito de opinião, “escute o outro, todos tem algo pra acrescentar”, “é assim que vai se comportar numa audiência?”, eu simplesmente ás vezes não tô a fim de ouvir o que ninguém tem a me dizer. 
 Acho que sou um pouco individualista, não gosto nem de dividir pensamento, pessoas, amores, momentos. Sou também egocêntrica, é tudo meu e ponto final. Tenho espalhados pelo quarto, fotos, enfeites, cartas, recordações da escola, da infância e citações dos livros que li, sou bastante apegada ao passado e as pessoas, filtrei do que vivi apenas o que me fez bem e passo dias sem lembrar das porcarias que tive que conviver um dia.
 Parei de manter diários há muito tempo, mas encho os cantos de caderno, notas do celular e o word com pensamentinhos que falam muito mais do que eu mesmo. Faço amizade fácil, geralmente, eu tenho opiniões sarcásticas e não gosto de almoçar sozinha, isso atrai pessoas para falar ou comer entre o trabalho e a faculdade... mas, não tente me apresentar ninguém, por favor, sou bobona e não sei falar inteligente.
Pessoas Facebook me irritam, pessoas “eu li e tô reproduzindo” me tiram do sério, ou você forma sua opinião sobre alguma coisa ou você cala a boca: é o meu mantra, meu ideal de vida.  Sou apaixonada pelo meu curso, amo comprar caderno novo e caneta nova, tem cheiro de recomeço.
Amo meus amigos. Se eu chamei de amigo, é porque realmente, eu gosto pra caramba daquela pessoa, me dói ficar longe, eu sinto saudade. Amo meu namorado. Amo minha mãe, meu irmão, meus avôs e minhas primas. Descobri que gosto de pegar nenês. Ás vezes sou muito meiga, ás vezes sou muito ríspida e minha TPM é do inferno.
 Pensar na possibilidade de não estar fazendo meu trabalho de forma correta me dá ódio de mim. Odeio faltar trabalho, chegar atrasada no trabalho ou não terminar o meu trabalho. Odeio ter débitos com as pessoas, afetivos ou financeiros. Nunca me cobre amizade, eu já dou o máximo de mim que posso e se esfriou, esfriou, o que foi bom, sempre fica. Amo encontrar gente que ama falar que ama porque eu amo mesmo.
Não discuto Deus, não discuto religião, você reencarna, ora ou reza, em direção a Mecca ou a o que for, mas respeite a pessoa que acha que nada disso exista. Eu acredito em Deus e vou na igreja se quiser. Só vou onde eu quero, não tenho mais oito anos de idade e tênis da Xuxa pra ir arrastada em algum lugar.

Sou paranoica e tenho medo de perder. Sou muito feliz de ser quem eu sou, estar onde estou e de sempre querer melhorar. Faço caretas e discuto, mas sou feliz sendo assim.
                      
                            -Marcella Leal

Um comentário:

  1. Ameeii seu blog, muito bom mesmo, serei uma leitora convicta agora ;* Beijosss (Uma garota da cidade)

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