sexta-feira, 23 de maio de 2014

Quero

        
         Hoje eu só me quero. De roupa relaxada, cabelo sem pentear e rosto sem esconderijos; Hoje não há maquiagem capaz de me afastar de mim. Me quero com essas minhas manias e transtornos, com meus dramas e ciúmes. Me quero e ponto, de qualquer forma. Não sei ser dos outros todo dias e passar por cima dos meus interesses e quereres, para satisfazer os alheios. Sou muito eu pra não ser minha, e só quero me ouvir respirar, pensar, cantar mentalmente uma música bonita que dê mais sentido a essa loucura que é viver. Desliga tudo, desliga do mundo, deixa o corpo transbordar, porque hoje eu sou só minha. Hoje eu sou um turbilhão de pensamentos, um acumulado de pesos que recaem sobre os ombros. Sou minha, sou eu.

                                - Marcella Leal

domingo, 18 de maio de 2014

De tempos que deixam saudade


Entre fotos na parede e uma caixa de bilhetinhos e cartas antigas, ficaram lembranças, de amigos que um dia foram do peito e hoje já são distantes, e de pessoas que há tempos não sei falar “nós” sem certo receio de invadir uma individualidade a qual não pertenço.
O tempo passou desde os cadernos da sexta série cheio de corações e nomes de meninos semi-especiais que a gente achava ser nosso mundo, passou desde um ensino médio coberto de falsos sorrisos e convites vazios e rasos. O tempo passou para eles, o tempo passou para mim e no decorrer de tantos anos, meses, semanas e dois dias atrás, ficaram memórias ocupadas de momentos bons e de histórias repletas para contar um dia.
O fato é que eu, não sei mais ser pela metade, aprendi a ser oito ou oitenta, mesmo que isso magoe, machuque ou que simplesmente não seja o melhor jeito de ser sociável. A vida ensina que “tratar bem” e “ser boazinha, educada, bonitinha, boamiguinha” é coisa que a gente só faz pra ser superficial e não pra ser a gente, afinal, quem melhor do que os bons e verdadeiros para conhecer nossos espelhos sem que termos que contar ou entregar instruções?
Cansei de barulhinhos de pássaros que convidam a conversas nas quais você não se sente a vontade para falar e desse falso interesse que fingem ter pra ganhar um amigo pra contar no dedo a mais. Fechei o círculo. Aos poucos foram ficando os que se importavam e para trás ficaram conhecidos de quando eu achava que aos dezoito eu moraria sozinha, amigos que apoiaram na saúde e na doença, na alegria e na tristeza e rostos que vi pela faculdade e um dia sentei junto.
Amadurecer é quebrar a cara, pôr a mão no fogo por você mesma e se queimar, ver gente fazendo escolhas erradas e pagar  língua por querer falar, é dizer “adeus” e só querer do seu lado quem te faz sorrir, te põem pra cima e depois de alguns dias você consegue falar “Deu saudade”, afinal, a ausência sentida é a certeza de que a presença valeu a pena.

- Marcella Leal

Começar

          
            Criei o Cabelo Cor de Rosa aos treze anos de idade e durante bons cinco anos, usei esse blog querido e de arquivo extenso para destilar emoções, alegrias, decepções pré-adolescentes e certo tanto de maldade juvenil. Conheci pessoas maravilhosas, como o Fernando Viana, o Marco Miguxo Hetero, Henrique Miné, Jade e tantos outros que na época de "tem post novo no blog, comenta lá!" se fizeram presente na minha vida. Escrever era pra mim uma forma de externar tudo o que se passava dentro do meu coração e mente conturbada e foi também através do blog que fiz amigos da vida real e que registrei tantas histórias boas da minha vida (Estou indo de volta pra casa, Seis,Quatro anos, Sorvetes, Putas e Twitcams,Águas quentes e pão de queijo, e tantas outras que até doeu "linkar"). Não deletei o blog porque doeu ver parte de mim se desfazer, ele está lá, mas a partir de hoje, eu começo aqui, mesmo que ninguém leia isso tudo, mesmo que seja só uma forma de externar para mim mesmo, é sempre bom ter onde desabafar.
                Nesse primeiro post, tenho que agradecer ao meu namorado lindo e maravilhoso que vive de me encher o saco "Volta e escrever, amor! Era tão bom, amor!", a minha prima Mari Caetano que fez o banner, deu ideia pro nome e me apoiou sem parar e a Alice Duarte, amiga que me suporta há cinco anos, só por ter entrado nesse blog, três vezes na mesma noite pra ver ele ser montado.

                                                               -Marcella Leal